quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Técnico Roberto Fernandes analisa o clássico, despista escalação e elogia preparação do CRB: "Ambiente saudável"

Técnico Roberto Fernandes em coletiva nesta quarta-feira (Foto: TNH1)
O técnico do CRB, Roberto Fernandes, concedeu entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira (26), no CT Ninho do Galo, na Barra de São Miguel, e comentou sobre a preparação para o Clássico das Multidões. Fernandes afirmou que não vai revelar o time até momentos antes da partida, informou como está o ambiente do clube na véspera da decisão e falou sobre outros assuntos.

"Ambiente equilibrado. Ambiente onde os atletas tenham total consciência da responsabilidade desse jogo. Não só por ser um clássico, mas sobretudo pela nossa posição na tabela. Também não estamos procurando manter um ambiente carregado, não. O ambiente está saudável, descontraído, porém, não quer dizer que está desconcentrado. Por isso acho que estamos levando essa semana de trabalho com muito equilíbrio, para que a gente possa chegar com essa consciência e sensatez no próximo sábado para buscar o resultado que nos interessa, que é a vitória".

"O time do clássico, eu te diria que está 98% definido. Sobretudo definido na própria cabeça dos atletas. Agora estou correndo atrás do prejuízo. Estou correndo lá atrás na tabela. Ninguém melhor que vocês da imprensa sabem o valor de uma informação. Como é importante. Eu não vou dar nenhuma pista em relação à equipe, em relação a possíveis mudanças que a gente posas ter durante a partida ou até mesmo para começar a partida. O importante que mais interessa ao torcedor é a questão que estamos trabalhando forte. Estamos trabalhando as alternativas e a equipe que vai a campo, aqueles que estão preparados para o jogo, estão trabalhando forte para conquistar essa vitória", discursou.

O principal retorno para o clássico é o centroavante Neto Baiano, suspenso na rodada passada. O jogador também se recuperava de uma lesão. Por isso, Fernandes explicou que pode até não utilizá-lo de primeira.

"O camisa 9 para esse clássico pode não ser o 9. No clássico, você tem que colocar os melhores e esses melhores não querem dizer do passado, querem dizer do presente. Quem está melhor. Estamos trabalhando, analisando. Se o jogo fosse hoje, o Neto não jogaria. O Neto já está sem treinar há quase dez dias. Começou a treinar com trote, mas sem bola. Até hoje, desde que cheguei, o Neto não treinou ainda. O Rafael Costa, pesa contra ele o ritmo de jogo. Apesar de que, eu entendo que no jogo passado ele perdeu algumas oportunidades, mas movimentou bem, cumpriu bem a função de camisa 9. Claro, a função do 9 é fazer gol. Isso ele não fez, mas teve uma boa participação. Mas nós temos outras alternativas dentro do grupo, que não são nenhum dos dois. São jogadores que podem fazer aquela função com característica diferente".

Atacante Neto Baiano ainda corre o risco de ficar de fora do Clássico das Multidões (Foto: Assessoria CRB)
Com 30 pontos, o CRB ocupa a 18ª colocação na tabela de classificação da Série B do Brasileirão. O Galo encara o CSA neste sábado (29), às 16h30, no Estádio Rei Pelé, pela 29ª rodada da competição.

Confira outros trechos da entrevista de Roberto Fernandes, começando pela Série B

"A Série B cada vez mais é uma competição muitíssimo equilibrada. Você vê o exemplo dessa rodada. O Juventude-RS venceu na rodada passada fora de casa e o Brasil-RS venceu nesta rodada fora de casa. Equipes que estão na zona do rebaixamento competindo com equipes que estão no meio da tabela ou brigando pelo acesso".

"Dou o exemplo da última partida. Pelo que foi produzido em campo, o desempenho do jogo, você não fala a posição do CRB e a posição do Coritiba-PR. Se esse jogo está sendo transmitido para fora e o cara não viu na tabela, ele acha que o CRB está na posição do Coritiba. É um campeonato extremamente equilibrado. Nessa reta final vai pesar muito a transpiração, o comprometimento e sem sombra de dúvidas aquelas equipes que estão mais organizadas e mais ajustadas".

Rivais em situações opostas

"As duas equipes correm por objetivos distintos, mas por um objetivo muito claro. O CRB está na zona do rebaixamento e sabe que, com uma vitória, tem possibilidade real de sair da zona do rebaixamento, até porque na sequência vamos para dois jogos fora de casa. Já o CSA praticamente disputou o campeonato inteiro na zona da classificação e agora está ameaçado de sair da zona de classificação. As duas equipes têm muita necessidade de vitória".

"O CRB sobretudo pela questão da sobrevivência dentro da competição. E o jogo do CRB tem que ser um jogo de superação. No clássico a tendência quando começa o jogo é das coisas se equilibrarem, se nivelarem, mas o momento do CSA é um momento melhor. Precisamos ter essa convicção. Não posso estar aqui alienado e nem achando que estamos em outro planeta. Basta ver a pontuação, o número de gols feitos e posição na tabela. É um clássico. Na hora que começar o jogo, entendo que não haverá favorito. Mas até começar o jogo, o CSA pelo seu momento, leva uma ligeira vantagem".

Agregar

"Temos que buscar agregar. Como falei, não temos mais contratações. Se o CRB vai ter reforços na reta final, esses reforços serão do crescimento de cada um dos atletas, seja daqueles que vêm jogando quanto aqueles que andaram um pouco mais desmotivado ou oscilando um pouco mais. A gente procura encaixar eles dentro do processo. É muito difícil você ter num jogo, numa equipe que está na posição do CRB, todo mundo jogando bem. É muito difícil isso aí".

"O que precisamos procurar fazer é trabalhar em cima exatamente de aprimorar aqueles que estão bem, aqueles que vêm respondendo dentro daquilo que a gente espera, e aqueles que estão abaixo precisamos recuperar. Não é cortar a cabeça, porque se não terminamos o campeonato com cinco jogadores, e com cinco jogadores ninguém sai da zona de rebaixamento. É o momento de agregar e não de segregar".

CSA

"Guardadas as devidas proporções, o CSA está com uma equipe bem equilibrada. Tem aqueles requisitos que uma equipe competitiva precisa ter. Tem bons jogadores tecnicamente com capacidade de decidir um jogo numa jogada individual. Tenho vários atletas que estão no CSA que já foram atletas meus, que já trabalharam comigo. Conheço bem a capacidade de cada um".

"É uma equipe que está organizada. É uma equipe que tem uma bola aérea muito consistente seja ofensiva quanto defensiva. Jogadores que podem decidir o jogo numa bola parada. Se eu for focar numa única coisa, posso ser surpreendido com outra. Temos que analisar no geral. E o CRB está trabalhando firme porque também tem capacidade de surpreender e de conquistar a vitória no sábado".

Contratação de coach

"Eu costumo dizer o seguinte: talvez, qualquer um de vocês que estão nessa coletiva conheçam do CRB mais do que eu. Os dirigentes com certeza conhecem o CRB mais do que eu, conhecem o futebol alagoano mais do que eu. Agora, a respeito de futebol, aí é mais complicado. Por quê? Porque vocês estão no futebol local, mas não vivem o futebol de uma forma geral. Eu trabalhei em todas as regiões do país. Estou desde 2003 disputando Campeonato Brasileiro ininterruptamente. Não fiquei um ano sequer sem disputar Campeonato Brasileiro".

"Então tem algumas coisas que, por exemplo, já não são mais novidades. Nem é tão novidade, que nem se dá ênfase mais. Se você for nas principais equipes do país, os caras têm coach. É como por exemplo centro de treinamento. Quando o CRB inaugurou o CT dele, o próprio CSA também, aquilo foi uma novidade. Aí você vai para Cruzeiro-MG, Internacional-RS, têm CT há 15 anos. São coisas dentro do futebol, onde cedo ou tarde vai acabar sendo peça inserida".

"Por exemplo, o Lulinha que está chegando para o CSA, estava no Guarani-SP, não era solicitação do treinador, era funcionário do Guarani. Quando ele trabalhou no Flamengo-RJ, ele era funcionário do Flamengo. Quando foi para o Figueirense-SC, era do Figueirense. Quando ele trabalhou comigo em algumas oportunidades, ele foi levado por mim. Mas depois acabou voltando naquele clube para fazer outro trabalho".

"É uma peça hoje chave. Por quê? Porque futebol, hoje, como jogador não é mais preso ao clube, o clube não tem mais o passe do jogador, são parceiros com empresários e tal, uma das coisas mais difíceis do futebol é pegar 30 jogadores e colocar na mente deles que cada um está ali para buscar seus objetivos individuais. Mas cada um está ali porque foi contratado pelo clube para ajudar o clube a alcançar o seu objetivo. Esse é o grande lance".

"Há 20 anos, quando um clube era rebaixado, o time inteiro que era rebaixado disputava a divisão inferior, porque o cara estava preso ao clube. Hoje o que acontece? Hoje um clube é rebaixado e 90% dos atletas ou permanecem na divisão que estavam ou até vão para uma divisão acima. Tive vários exemplos disso aí".

"É importante ter um profissional que venha a agregar isso. Antigamente o treinador fazia. Eu sou coach. Fiz trabalho de coach há bastante tempo. Só que hoje a demanda do futebol não cabe mais ao treinador fazer isso. O treinador já tem o desgaste com o grupo no trabalho do dia a dia, no trabalho tático, que hoje o futebol é infinitamente mais tático do que era há 20 anos".

"Há 20 anos bastava montar uma equipe com bons jogadores. Aí quando a gente levou 7 a 1 da Alemanha, caiu a ficha. "É rapaz, tem que organizar taticamente". O trabalho do treinador tem que focar muito mais no campo e na gestão do processo de campo. Essa questão do lado emocional, a gente tem que deixar para um profissional capacitado, se não você termina querendo abraçar todo mundo e acaba não abraçando ninguém".

Alvirrubros de Coração com TNH1

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