segunda-feira, 7 de março de 2016

Principais torcidas organizadas de CRB e CSA apresentam sistema de cadastramento, mas continuam sem acesso ao Rei Pelé

Torcidas organizadas apresentam à Justiça sistema de cadastro para membros (Foto: Assessoria MPE/AL)
Depois de várias conversas e adiamentos, as principais torcidas organizadas de CRB e CSA parecem ter entrado em acordo com o Ministério Público e a Polícia Militar. Na manhã desta segunda-feira (07), os representantes das torcidas apresentaram um sistema de cadastramento de membros, mas que ainda não poderá ser liberado para o Clássico das Multidões do próximo domingo (13), às 16h, no Estádio Rei Pelé, válido pela nona rodada do Campeonato Alagoano.

O sistema foi apresentado por membros das torcidas organizadas Comando Alvi Rubro, do CRB, e Mancha Azul, do CSA, para os titulares do Ministério Público do Estado de Alagoas (MPE/AL) e Poder Judiciário no Juizado do Torcedor da Capital, além do Comando de Policiamento da Capital (CPC) e Federação Alagoana de Futebol (FAF), durante audiência no 3º Juizado Especial Cívil e Criminal da Capital.

Denominado provisoriamente de “SisTorcida”, o sistema limitará o acesso dos membros das torcidas organizadas apenas aos cadastrados, que terão um cartão de identificação adaptado a catracas eletrônicas e informações detalhadas de cada um deles, a partir de uma mídia de leitura. O controle dos torcedores ocorrerá em partidas entre CRB, CSA e ASA no Estádio Rei Pelé, em Maceió, justamente porque integrantes das torcidas destes clubes costumam promover os atos de violência de maior expressão. 

“Trata-se de uma ferramenta digital interessante porque, quando estiver aperfeiçoado, não dará margem para erros no controle de acesso ao estádio. Por meio dele, o poder público terá de imediato informações sobre cada torcedor, inclusive aqueles que respondem a processo e cumprem transação penal. Estes serão bloqueados pelo sistema automaticamente”, explicou a promotora de Justiça Sandra Malta, que é titular do MPE/AL no Juizado do Torcedor da Capital. Ela destacou que o sistema pode significar uma ação pioneira para todo o país no combate à violência no futebol. 

As torcidas facilitarão o cadastro dos seus integrantes e devem participar do custeio referente à implantação do sistema de controle. Diante das necessidades para efetivação da ferramenta digital, os grêmios recreativos dos principais clubes do estado só poderão voltar a acompanhar os clássicos no Campeonato Alagoano do próximo ano.

Vistoria das catracas

Nesta quarta-feira (09), às 9h, a promotora de Justiça, os juízes Celyrio Adamastor Tenório e Kleber Borba e policiais militares visitarão o estádio para saber como se encontram as catracas, se elas são compatíveis ao sistema e o que seria necessário para adaptá-las. Segundo o capitão da Polícia Militar, Marcelo Carnaúba, as catracas foram adquiridas junto a um fornecedor da Inglaterra há mais de seis anos e, desde então, encontram-se inutilizadas. 

“As torcidas organizadas nos trazem problemas não só dentro do estádio, mas também fora dele. Com a audiência de hoje, caminhamos para uma solução viável, uma vez que o torcedor acostumado com a prática de delito passará por um disciplinamento da Justiça, enquanto os verdadeiros torcedores poderão assistir aos jogos tranquilamente ao lado da sua família”, disse o representante do Comando do Policiamento da Capital. 

A idealização do sistema resulta de uma determinação do desembargador Tutmés Airan, após o Ministério Público do Estado de Alagoas ajuizar uma ação civil pública em defesa dos consumidores prejudicados com a violência recorrente nos estádios de futebol. O procedimento foi de iniciativa do promotor de Justiça Max Martins, da Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor da Capital, com o objetivo de regulamentar as torcidas organizada há alguns anos.

Alvirrubros de Coração com Assessoria MPE/AL

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