Esclarecimentos de Marcos Barbosa agitaram o CRB nesta quinta-feira (Foto: Paulo Victor Correia) |
O presidente executivo do Clube de Regatas Brasil, Marcos Barbosa,
prestou esclarecimentos e respondeu perguntas da imprensa e torcedores
na noite desta quinta-feira (7), acerca da venda do patrimônio do clube:
o Estádio da Pajuçara e o Beer CRB.
Na oportunidade, o mandatário regatiano disse que três conselheiros
querem destruir o CRB. Os nomes citados foram o do presidente do
Conselho Deliberativo, Enaldo Marques, e os conselheiros Kennedy
Calheiros e Carlos Rubens. Os três não compareceram no Casarão Antônio
Gomes de Barros.
Na mesa, ao lado de Marcos Barbosa, ficaram
também o conselheiro Márcio Lessa, o procurador jurídico Antonio
Almeida, os presidente das torcidas organizadas do clube, CRB Chopp
(João Tigre), Galo Chopp (Batista), Comando Alvi Rubro (João Gordo),
Rogério Rodrigues (Garra Alvirrubra), Ricardo Morais (CRB Acima de Tudo)
e Carlinhos da Confraria.
Início
No começo dos esclarecimentos, o presidente regatiano informou que os
três conselheiros citados “se dizem donos do CRB” e “gostam de humilhar
a torcida”. Além disso, Barbosa falou que uma nota publicada pelos
conselheiros no jornal Tribuna Independente havia algumas verdades, mas
também mentiras.
Outro assunto abordado foi que Kennedy Calheiros, junto a Enaldo
Marques e Carlos Rubens, segundo o próprio presidente, fez uma ata
preparada para tentar tirar Marcos Barbosa da presidência e queriam uma
assinatura de Márcio Lessa, que não assinou.
Sobre quem são os 150 conselheiros do CRB, o presidente informou que
não sabe. “Só os três que sabem quem são os conselheiros. Eles colocam e
tiram quem eles querem. Eu mesmo só conheço 30% dos conselheiros. Esses
dias eles tiraram o Carlinhos da Confraria e o Zezão, que nem foram
informados disso. Mas eu vou pedir para que eles publiquem os nomes dos
150 conselheiros no site oficial do clube”, disse.
Além disso, o presidente afirmou ainda que “eles fazem assinatura de porta em porta sem nem fazer reuniões".
Promessas e ameaças
De acordo com Marcos Barbosa, Enaldo Marques havia prometido que
mensalmente o conselho daria R$ 30 mil para o futebol profissional, além
de um patrocínio, mas segundo o presidente isso nunca aconteceu.
O mandatário regatiano falou também que tentaram indimidá-lo para que ele
não desse a entrevista coletiva. “Ameaçaram dizendo que iriam me
processar e que me tirariam da presidência. Mas eles pensaram que eu era
um presidente catenga. O Enaldo fala as coisas por trás. Eu serei CRB
até o último dia da minha vida e vou fazer de tudo por esse clube”, afirmou.
Público de jogo e dívida com jogador
Marcos Barbosa falou também de uma renda da partida CRB x
Corinthians-SP, pela Série B de 2008. Mostrando o vídeo do jogo e
desafiando a todos, o presidente informou que o público desta partida
tinha girado em torno de 6 mil pessoas, sendo que o Rei Pelé estava
praticamente lotado. “Isso foi uma vergonha para quem administrava o
clube na época”, citando os nomes de Enaldo e Kennedy.
Outro assunto abordado foi uma das maiores dívidas do clube, com o
jogador Rodrigo Silva, atacante que na época veio do Nacional de
Portugal. “A dívida com esse jogador era de 280 mil euros. Em reais fica
entre 800 e 900 mil. Se o CRB não pagasse iria ficar sem pode jogar
nenhuma competição organizada pela CBF”, informou.
Recursos com vendas
O valor arrecadado pelo CRB com a venda do Estádio Severiano Gomes
Filho é de R$ 20 milhões, enquanto o Beer o clube só ficou com 16% do
valor após um acordo com a família que detinha o terreno do
estabelecimento, e assim o dinheiro foi de R$ 3,3 milhões. Mas Barbosa
informou ainda que tentará fazer mais acordos para que o CRB fique com
R$ 3,8 milhões.
“Esses conselheiros disseram que só tinham conseguido R$ 3 milhões,
mas eu consegui mais do que isso. Depois eles ficaram calados. Eles
queriam que eu assinasse um documento dizendo que a venda do estádio era
R$ 16 milhões e eu não assinei. Depois falaram na rádio que foi um erro
de digitação, só que além de numeral esse valor estava escrito”, disse.
Durante o esclarecimento, Marcos Barbosa disse que os três
conselheiros primeiro querem fazer um ginásio, ao invés do CT, e ambos
em locais diferentes. “Eles querem o dinheiro para construir um ginásio,
num terreno que já poderia ser negociado, mas depois o CT será
esquecido”.
“Eles falaram que haviam conseguido um terreno no valor de R$ 4
milhões no bairro de Riacho Doce, só que quando o Roberto Fernandes - conselheiro - foi olhar o terreno, precisaria de mais R$ 3 milhões para
fazer terraplanagem. Aí o dinheiro iria acabar todo”, afirmou o
presidente.
Sobre a construção de um novo ginásio, Marcos Barbosa disse que quer
que seja feito na própria área do CT e que pode solicitar junto ao
Governo Federal verbas para essa construção, e que não precisaria usar o
dinheiro da venda do patrimônio para isso.
Dinheiro de comissão e outras dívidas
Com a venda do estádio, o conselheiro Carlos Rubens, através de sua
empresa corretora, conseguiu uma comissão de R$ 1 milhão. “Se ele ama o
CRB, poderia doar esse dinheiro para a construção do CT. Um grande
exemplo é o ex-presidente Darlan Brandão, que colocou R$ 1 milhão no
CRB, declarado na Receita Federal, e com a venda do patrimônio nunca
veio atrás da gente para pedir nada. Esse sim é um conselheiro de
verdade”, indagou.
“O Enaldo Marques, que é presidente do Conselho, disse que não pode
ajudar o CRB por questão pessoal. Mas ele e outros deixaram uma dívida
de R$ 11 milhões. Tivemos até um processo na Justiça Comum de um homem
que pedia R$ 36 mil de danos morais, se dizendo ex-funcionário do CRB,
mas ele nunca foi funcionário do clube”, disse Barbosa.
“Alguns deles falam que eu ajo pela emoção, e eu ajo sim pela emoção,
não por um copo de uísque, como faz o Enaldo”, indagou o presidente.
Outros assuntos e próximos passos
Marcos Barbosa ainda informou que ele contratou um advogado e que irá
em busca de readquirir o terreno da esquina do Beer CRB, onde
antigamente havia uma boate. “Eles nunca foram atrás disso, mas nós
iremos tentar readquirir aquele terreno”.
O mandatário afirmou ainda que os conselheiros citados não o
informaram como funciona o repasse do dinheiro com a venda do patrimônio
para o pagamento de algumas dívidas e construção do CT. Mas que no
geral, o clube terá cerca de R$ 14 milhões para construir seu novo
patrimônio. Ainda segundo ele, faltam R$ 200 mil para conseguir o
patrocínio com a Caixa, que esperou o clube resolver toda essa situção.
Questionado pela imprensa se poderia haver renovação e expulsão de
conselheiros, Barbosa disse que “só eles se expulsam. Mas eu não peço
que ninguém saia, mas que se ajustem para ajudar ao CRB”, encerrou.
Conselheiros
O Conselho Deliberativo, que não
esteve presente de forma oficial, teria protocolado no Ministério
Público uma prestação de contas e que a cópia poderia ser adquirida no
escritório de advocacia ALNPP, do conselheiro Fernando Paiva.
Nota de esclarecimento
Sobre todo esse assunto, o Conselho Deliberativo enviou na noite desta quinta-feira (7) uma nota oficial à imprensa alagoana.
Confira na íntegra:
DA VENDA DO ESTÁDIO SEVERIANO GOMES FILHO
É
de conhecimento de todos regatianos, que ao longo dos últimos anos o
CRB se viu em diversas oportunidades com a designação de leilão do
Estádio Severiano Gomes Filho, em razão dos débitos da Justiça Comum,
Justiça Federal e, principalmente, da Justiça do Trabalho.
No
final do ano de 2011, por determinação da Justiça do Trabalho, foi
designado um novo leilão do Estádio Severiano Gomes Filho para o dia
03/12/2011, quando na véspera da realização do Leilão o CRB obteve uma
liminar num mandado de segurança (proc. nº 0001520.59.2011.5.19.0000),
onde o Desembargador do TRT da 19ª Região, Dr. Pedro Inácio, suspendeu o
leilão e assinalou o prazo de 06 (seis) meses para que o próprio CRB
fizesse a venda do campo e pagasse os débitos trabalhistas, determinando
ainda que se fizesse um depósito mensal de R$ 30.000,00.
Por
conta da decisão proferida no mandado de segurança que suspendeu
liminarmente o leilão do campo pelo prazo de 180 dias, mas que
assinalava ao CRB o mesmo prazo para efetivar a venda direta, o Conselho
Deliberativo fez gestões junto ao TRT da 19ª Região para editar
Resolução que suspendesse os bloqueios de conta e os repasses mensais da
ordem de R$ 30.000,00, o que foi obtido, graças a apresentação de
relatório dando conta do andamento do processamento de venda do Estádio
Severiano Gomes Filho, sendo editada a Resolução Administrativa
nº 26/2012-TRT 19ª Região, onde restou determinada a centralização de
processos e a realização de acordos nos processos trabalhistas a serem
pagos com a venda do campo.
Ainda
em razão da liminar concedida, o Conselho Deliberativo do CRB, deu
início ao cumprimento da liminar, num primeiro momento contactando uma
grande imobiliária do Estado para viabilizar a venda e transcorridos o
prazo de exclusividade concedido a mesma não foi apresentada nenhuma
proposta concreta de venda.
O
Conselho Deliberativo, visando dar mais celeridade ao processo de venda
do Campo, cumprindo o determinado na decisão judicial, realizou
Assembleia Geral Extraordinária com o fim específico de autorizar a
venda do Estádio Severiano Gomes Filho, em obediência ao que estabelece o
parágrafo único do art.3º do Estatuto do CRB, que ocorreu em
21/05/2012, quando foi autorizada a venda e se fixou o valor mínimo de R$
15 milhões para efetivação da alienação.
Na
Assembleia muito se discutiu sobre o valor mínimo que caberia ao CRB na
hipótese da venda do campo, inclusive apresentada proposta anterior de
compra pela empresa RESULTA INVESTIMENTOS no valor de R$ 9,5 milhões, datada de 26 de agosto de 2011, como, também, se discutiu
eventual pagamento de comissão, sendo autorizado, como se tratava de
venda de imóvel, a corretagem máxima de 5% do valor auferido pelo clube,
respeitando-se o mínimo de R$ 15 milhões livres de comissões.
Transcorridos
noventa dias da realização da reunião extraordinária do Conselho
Deliberativo, foi apresentada formalmente duas propostas de compra do
Estádio Severiano Gomes Filho, por intermédio da imobiliária CROS, uma
de R$ 16 milhões pela empresa APOIO e outra de R$ 20 milhões
apresentada pelo grupo empresarial CENCOSUD, sendo R$ 6 milhões de sinal a ser utilizado no pagamento dos débitos que penhoravam o campo
e o restante R$ 14 milhões quando da assinatura da escritura
definitiva e entrega do bem, sendo esta última aprovada pela comissão.
Por
exigência da comissão designada para acompanhar a transação e
levantamento dos débitos a serem pagos, o valor do sinal (R$ 6 milhões) seria desembolsado pelo comprador do campo, pagando diretamente
os débitos trabalhistas e tributários do clube, sem passar qualquer
quantia pelas contas do CRB.
O
contrato de promessa de compra e venda foi assinado em 26/10/2012,
tendo os pagamentos sido iniciados em fevereiro de 2013, estando
atualmente em curso a realização dos citados pagamentos, sendo até agora
desembolsados pelo comprador e pagos os seguintes valores:
DÉBITOS FISCAIS
Credor | Valor | Valor Pago | Remanescente |
PFN | R$ 196.108,84 | R$ 0,00 | R$ 196.108,84 |
SRF | R$ 2.050.229,54 | R$ 1.766.318,72 | R$ 283.910,82 |
FGTS (CEF) | R$ 1.623.799,47 | R$ 0,00 | R$ 1.623.799,47 |
IPTU Maceió | R$ 841.305,81 | R$ 0,00 | R$ 841.305,81 |
Total | R$ 4.711.443,66 | R$ 1.766.318,72 | R$ 2.945.124,94 |
DÉBITOS TRABALHISTAS - 40 ACORDOS REALIZADOS
Valor Integral dos Procs. Conciliados R$ 3.258.538,48
Valor Desembolsado nos Acordos - R$ 1.695.335,08
Valor Desembolsado nos Acordos - R$ 1.695.335,08
Valor da Redução Obtido nos Acordos R$ 1.563.203,40
No
quadro acima se constata que a empresa compradora do campo desembolsou
diretamente até agora o valor de R$ 3.461.653,80 a título de sinal,
realizando estes pagamentos diretamente nos processos indicados, gerando
uma economia para o CRB, por conta dos acordos trabalhistas realizados,
da ordem de R$ 1.563.203,40.
O
Conselho Deliberativo, através da sua direção, disponibilizará aos
regatianos interessados, todos os documentos relativos à venda do campo,
tais como: Liminar MS nº 0001520.59.2011.5.19.0000, Resolução
Administrativa nº 26/2012-TRT, ata da Assembleia Geral Extraordinária do
Conselho Deliberativo que autorizou a venda do Campo, proposta da
Resulta Investimento data de 26/08/2011, proposta da empresa APOIO,
proposta e contrato de compra e venda do campo firmado com a empresa
CENCOSUD no valor de R$ 20.000.000,00.
VENDA DO BEER CRB
Após
o transcurso de mais de 40 (quarenta) anos, os herdeiros da Srª.
Emérita Perez resolveram propor Ação Reivindicatória (ajuizada em
26/06/2008), sob o nº 0084840-31.2008.8.02.0001, alegando que o CRB não
estava cumprido o contrato, porque não estava honrando com o pagamento
do IPTU e as taxas de ocupação - SPU - marinha, incidente sobre o imóvel
BEER CRB, reivindicando assim de volta a propriedade do imóvel.
Na
referida ação, o CRB não apresentou defesa e a sentença aplicou a
Revelia, a qual foi confirmada pelo Tribunal de Justiça de Alagoas.
Houve recurso para o STJ em Brasília sem sucesso.
Em
face desta situação, foi realizada Assembleia Extraordinária do
Conselho Deliberativo em 06/06/2011, com a definição de valor de
negociação do BEER CRB pelo montante líquido mínimo de R$ 3.300.000,00
para o Clube, livres de quaisquer despesas. Nesta Assembleia não esteve
presente o número mínimo de conselheiros exigidos para autorização de
venda de bens, mas mesmo assim o assunto prosseguiu.
O
Presidente Executivo do Clube antes da realização da Assembleia
Extraordinária do Conselho Deliberativo que poderia autorizar a
negociação, precisamente em 18/04/2011, cedeu os direitos do BEER CRB em
desacordo com o que veio a ser estipulado pela Assembleia
Extraordinária do Conselho Deliberativo em 06/06/2011, firmando contrato
com a empresa RESULTA INVESTIMENTO no valor de R$ 3.300.000,00 brutos,
ficando com o CRB a obrigação de diversos pagamentos:
VALORES:
VALOR BRUTO DA VENDA - R$ 3.300.000,00
DEDUÇÕES não autorizadas pela Ata que fixou valor líquido de venda
Pagamento com Espólio Emérita - R$ 507.328,00
Honorários Bacharel Antº Almeida (vice-presidente jurídico do Clube) - R$ 175.000,00
Deduções diversas (IPTU, SPU, LAUDÊMIO, CEAL, CASAL, BOMBEIRO, ETC) - Valores ainda a serem levantados
Pagamento de Folha de Salários e despesas de viagem - R$ 305.000,00
Pagamento com Espólio Emérita - R$ 507.328,00
Honorários Bacharel Antº Almeida (vice-presidente jurídico do Clube) - R$ 175.000,00
Deduções diversas (IPTU, SPU, LAUDÊMIO, CEAL, CASAL, BOMBEIRO, ETC) - Valores ainda a serem levantados
Pagamento de Folha de Salários e despesas de viagem - R$ 305.000,00
Os
herdeiros da Sra. Emérita Perez pediram a posse do BEER CRB por
diversas oportunidades e por conta desta situação o Conselho
Deliberativo e a Diretoria Executiva do CRB contrataram assessoria
jurídica de escritório que chegou a conclusão de que existia
possibilidade de mudança da decisão, devolvendo o BEER ao CRB, tal
análise ocorrera no mês de junho de 2012.
Após
regularmente contratado o escritório jurídico ajuizou Ação Cautelar nº
2012.005282-4 em 17/07/2012 e foi deferida liminar pelo TJ/AL, o Relator
da Ação Cautelar decidiu:
“(...)
Nesse contexto, a imissão na posse determinada pelo Juízo sentenciante
representa a supressão imediata das atividades de utilidade pública
desenvolvidas pelo autor (CRB), não se mostrando razoável negar ou
diferir medida nitidamente instrumental para que, em sede própria, faça
uso da via legal eleita, visando dirimir se o decisório já mencionado
viola literal disposição de lei.
Do
exposto, defiro a suspensão dos efeitos da sentença já citada e de
todas as medidas tendentes a sua efetividade, sobrestando-se o trâmite
dos autos 0084840-31.2008.8.02.0001 e 0043698-76-2010.8.02.0001, até o
julgamento de mérito da presente ação cautelar, bem assim da ação
rescisória, caso proposta.” (...)
Diante
dessa decisão, após esse intenso debate de procedimentos judiciais
sucessivos, mas sempre sendo mantida a liminar, foi ajuizada a Ação
Rescisória pelo escritório jurídico contratado, este tomado o nº
2012.005767-3.
Na
ocasião, em junho de 2012, o CRB não possuía a mínima esperança em
recuperar o BEER CRB, sendo revertida esta situação depois de acirrada
disputa judicial, que se encontra em curso, ainda sem o julgamento do
mérito da ação rescisória, mas com a liminar suspendendo a entrega do
BEER vigente!
Importante
destacar que, conforme se vê no contrato de prestação de serviços
advocatícios contratado pelo CRB, este contrato fora firmado pela
Presidência executiva à época, como também foi anuída por membros do
Conselho Deliberativo, onde todos consentiram a contratação, sob a
esperança de ter de volta o Beer CRB.
No
entanto, em meio ao tramite processual, o Presidente Executivo do
Clube, tomou medidas que surpreenderam os advogados contratados pelo CRB
para reaver o BEER, como também causaram surpresa ao Conselho
Deliberativo do Clube.
No
dia 31/10/2012 foi protocolizado nos autos da ação reivindicatória de
nº 0084840-31.2008.8.02.0001, requerimento em conjunto do Espólio de
Emérita Perez e o CRB, o qual noticiava acordo realizado pelas partes,
juntando ao processo Instrumento Particular de Acordo Extrajudicial,
constituindo outro advogado através de nova procuração, qualquer aviso
ao Conselho Deliberativo e aos advogados originários do CRB que estavam
atuando para reaver o BEER para o clube.
O
novo acordo assinado exclusivamente pelo Presidente do Clube, CONCORDA
COM A COMPRA REALIZADA PELAS EMPRESAS EGBERTO UCHÔA DE OMENA NETO E
RESULTA INVESTIMENTOS LTDA, SEM QUE NO CONTRATO SUBSISTA QUALQUER VALOR A
RECER POR PARTE DO CRB, PELO CONTRÁRIO, NO DITO DOCUMENTO O CRB SE
OBRIGA A PAGAR AO ESPÓLIO DE EMÉRITA PEREZ A IMPORTÂNCIA DE R$
500.000,00 (QUINHENTOS MIL REAIS), OU SEJA, O CRB ATRAVÉS DO SEU
PRESIDENTE EXECUTIVO ACEITOU PASSAR A PROPRIEDADE (BEER CRB) AS EMPRESAS
CITADAS, COMO TAMBÉM ASSUMIU EM NOME DO CLUBE A OBRIGAÇÃO DE PAGAR
VALOR DE 500 MIL REAIS AOS HERDEIROS, SEM QUE HAJA QUALQUER BENEFÍCIO AO
CRB.
O
PRESIDENTE EXECUTIVO FEZ ALGO QUE NÃO PODIA, POIS CONFORME ESTATUTO
SOCIAL DO CLUBE, NO SEU ARTIGO 3º, PARAGRAFO ÚNICO, A VENDA DE BENS DO
CLUBE SÓ PODE SER FEITA COM O CONSENTIMENTO MINIMO DE 2/3 DOS MEMBROS DO
CONSELHO DELIBERATIVO.
No
dia 07/11/2012, mais uma vez foi juntado nos autos da ação rescisória
de nº 2012.005767-3, requerimento em nome do Clube de Regatas Brasil,
representado pelo presidente executivo Marcos Antônio de Oliveira
Barbosa, emitindo nova procuração ao Advogado Emílio Augusto Rodrigues
de Alencar, OAB/AL 8.306, com poderes para pedir desistência da citada
ação rescisória, em razão do referido termo de acordo, nos termos acima
detalhados.
Inevitavelmente,
ocorreu na ação reivindicatória (mesmo diante da sua suspensão, mesmo
diante da ausência de poderes do Presidente Executivo sozinho alienar
bens do clube) a homologação do acordo. Na ocasião, os causídicos
originalmente contratados para reaver o BEER CRB, procuraram o
Presidente Executivo e indicaram as falhas no procedimento de
conciliação proposto isoladamente por ele, resultando assim na outorga
de nova procuração aos mesmos, para que estes remediassem o ocorrido, o
que foi feito, sendo oferecidos Embargos Declaratórios nos autos da
Reivindicatória e requerimento com pedido de reconsideração nos autos da
Ação Rescisória para que fosse mantida a liminar de suspensão da
entrega do BEER.
Os
embargos estavam conclusos para julgamento com o Juiz, momento em que,
de forma surpreendente, novamente o Presidente Executivo, mesmo ciente
das irregularidades existentes, emitiu, outra vez, nova procuração ao
Advogado Emílio Augusto Rodrigues de Alencar, OAB/AL 8.306, com poderes
específicos para requerer desistência dos embargos apresentados pelo CRB
nos autos do processo nº 0084840-31.2008.8.02.0001, bem como
representar a outorgante nos autos tombados sob os nº
0043698-76.2010.8.02.0001 e 0021511-40.2011.8.02.0001, revogando toda e
qualquer procuração anterior, para que surta os efeitos do transito e
julgado da sentença que homologou o acordo, cassando de forma permanente
a liminar que suspende a entrega do BEER CRB e inviabilizando a
continuidade da ação rescisória.
Da
mesma forma, tanto o Conselho Deliberativo como os advogados
originários contratados, foram surpreendidos com a nova decisão do Juízo
da 8ª Vara Cível, homologando o pedido de desistência dos Embargos de
Declaração.
Diante
desta situação, dez conselheiros requereram ao presidente do Conselho
Deliberativo a realização de Assembleia Extraordinária do Conselho para
dar poderes ao Presidente do Conselho e Vice-Presidente a emitir
procuração visando defender os interesses do Clube relacionados aos seus
bens imóveis, Assembleia esta realizada e declarada permanente no dia
25/02/2013 e encerrada em 01/03/2013, onde a maioria dos conselheiros
presentes decidiu que qualquer procuração para tratar dos bens imóveis
do Clube seja emitida, exclusivamente, pelo Presidente do Conselho e
Vice-Presidente, com os poderes para o foro em geral.
POR
FIM, AS INFORMAÇÕES, JUNTO COM TODOS OS DOCUMENTOS QUE PROVAM OS FATOS
AQUI NARRADOS ESTÃO SENDO ENTREGUES NESTA DATA AO MINISTÉRIO PÚBLICO
ESTADUAL, BEM COMO ESTÃO A DISPOSIÇÃO DOS REGATIANOS.
Maceió, 07 de março de 2013.
Conselho Deliberativo
Clube de Regatas Brasil
Alvirrubros de Coração com Tudo na Hora
Conselho Deliberativo
Clube de Regatas Brasil
Alvirrubros de Coração com Tudo na Hora
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