Justiça manteve proibição após audiência de conciliação na manhã de hoje (Foto: Divulgação/TJ-AL) |
Em audiência de conciliação no Tribunal de Justiça de Alagoas, nesta
quinta-feira (23), o desembargador Tutmés Airan de Albuquerque Melo ouviu
opiniões e propostas do Ministério Público e representantes das
torcidas organizadas Comando Alvi Rubro (antiga Comando Vermelho), do CRB, e Mancha Azul, do CSA.
Uma reunião para discutir a fundo quais as medidas necessárias para
que as torcidas possam continuar existindo foi agendada para
segunda-feira (27), às 9h, no gabinete do desembargador. “Com base nas
minhas ideias e nas que foram sugeridas, vamos tentar construir
alternativas no sentido de fazer com que as torcidas possam conviver de
forma civilizada”, explicou o desembargador.
As atividades das torcidas e o ingresso delas nos estádios estão
proibidas desde o dia 8 de abril, por decisão do desembargador Tutmés
Airan.
Propostas
O vice-presidente da Mancha Azul, Sandro Vasconcelos, apresentou
diversas propostas de medidas para aumentar o controle sobre os
torcedores associados ou simpatizantes da organizada. “Estamos dispostos
a ajudar a identificar os torcedores para que eles paguem pelo atos, e
não a instituição”.
Sandro Vasconcelos informou que a torcida já possui cadastro de seus
associados, cerca de 6.400, e está digitalizando os dados para entregar
às autoridades. O representante da Mancha também afirmou que a
instituição pretende passar a fabricar camisas numeradas, para facilitar
a identificação. “A extinção não vai resolver o problema, temos o
exemplo da Comando Vermelho, que já foi extinta”, afirmou.
O presidente da torcida Comando Alvi Rubro, Carlos André da Silva
Gomes, chegou ao local já no final da audiência e alegou que se
confundiu quanto à data do compromisso.
Ministério Público
O promotor Max Martins, responsável pela ação do Ministério Público
que pede a extinção das torcidas, argumentou que a extinção deve ser
considerada independente de se será uma solução definitiva. “O Estado
tem que tomar alguma atitude, não podemos ficar refém dessas pessoas que
vão pra o estádio transvestidos de torcedores”, sustentou.
“O Ministério Púbico tem sido alvo de cobranças recorrentes com
relação ao comportamento dessas duas torcidas organizadas e não
poderíamos nos omitir”, disse Max Martins. “Não podemos adentrar pelas
questões sociológicas e educacionais, que devem ser uma política de
Estado, mas estamos aqui para tratar da questão objetiva jurisdicional”,
observou.
O desembargador Tutmés Airan ressaltou que a extinção das torcidas
será inevitável se não forem encontradas alternativas efetivas de
controle. “Essas torcidas precisam ter um cadastro. Elas precisam
'cortar na carne' e nos informar, porque elas sabem, quem são os
torcedores problemáticos. Na verdade, a continuidade delas vai depender
delas mesmas”.
Participaram ainda da audiência o juiz do Juizado do Torcedor, Kleber Borba Rocha; o comandante do Policiamento da Capital (CPC), tenente-coronel Marcos Sampaio Lima; o procurador de Justiça Valber Valente, representante do MPE na 1ª Câmara Cível do TJ; e o presidente da Federação Alagoana de Futebol, Felipe Feijó.
Participaram ainda da audiência o juiz do Juizado do Torcedor, Kleber Borba Rocha; o comandante do Policiamento da Capital (CPC), tenente-coronel Marcos Sampaio Lima; o procurador de Justiça Valber Valente, representante do MPE na 1ª Câmara Cível do TJ; e o presidente da Federação Alagoana de Futebol, Felipe Feijó.
Alvirrubros de Coração com Ascom TJ/AL
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