Estádio Severiano Gomes Filho foi vendido para pagar dívidas do CRB e construir novo patrimônio (Foto: Assessoria CRB) |
A presidente Dilma Rousseff aprovou na última quinta-feira uma medida provisória com sete itens que os clubes terão de cumprir para "modernizar e melhorar a relação econômica dos times de futebol". Um dos principais itens é o que refinancia as dívidas dos times com a União, dando até 240 meses para que as contas sejam pagas.
Em levantamento feito pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, o total dos débitos de 103 clubes, até fevereiro de 2015, é de R$ 2.330.672.633. Havia estimativas de que as dívidas passavam dos R$ 4 bilhões. O CRB é um dos clubes alagoanos na lista de devedores.
O Galo aparece com déficit de R$ 2.900.525,30. O CRB vendeu seus patrimônios (Estádio Severiano Gomes Filho por R$ 20 milhões e Beer CRB por R$ 3,8 milhões) para pagar suas dívidas e construir seu novo patrimônio (CT Ninho do Galo e Casarão do Galo), e mesmo assim segue no levantamento de dívidas.
Procurado pela reportagem, o presidente do Conselho Deliberativo do clube regatiano, Fernando Paiva, alegou não poder conversar no momento, mas disse que “o CRB irá divulgar a documentação”. Mas à noite ele conversou com a equipe da Rádio Pajuçara FM (Ouça a entrevista mais abaixo).
Dívida do CRB com a União é de quase R$ 3 milhões (Imagem: Reprodução) |
Opinião
A ONG CRB Acima de Tudo, composta por torcedores/conselheiros
atuantes no clube, emitiu uma opinião acerca dessa dívida do CRB. A
associação reclama da falta de transparência do clube para com a torcida
e imprensa e acredita que este valor da dívida do CRB já está sendo
parcelado.
Confira a nota:
Foi divulgada a relação dos clubes de futebol inscritos na Dívida
Ativa da União. Consta nela o CRB com um total em 2014 de R$
3,223,061.69 e um total em 2015 de R$ 2,900,525.30 (diminuição de 10%).
Em que pese a falta da prestação de contas em relação à venda dos
patrimônios e do pagamento das dívidas, o CRB divulgou uma "CERTIDÃO
CONJUNTA POSITIVA COM EFEITOS DE NEGATIVA" de débitos relacionados aos
tributos federais e à Dívida Ativa da União.
Acreditamos que exista um PARCELAMENTO do débito. Havendo este
parcelamento, e de acordo com o art. 151, do Código Tributário Nacional,
a exigibilidade deste crédito por parte da União fica suspensa. Caso o
clube não cumpra com as obrigações relativas ao parcelamento, a União
poderá exigir os valores de forma integral.
Ao que parece a explicação é esta. Contudo, a falta de
transparência acaba levantando dúvidas sobre a real aplicação do
dinheiro obtido com a venda dos bens.
Clique aqui e confira os demais documentos emitidos pelo CRB sobre suas antigas dívidas.
Presidente do Conselho Deliberativo do CRB fala do assunto
No início da noite desta sexta-feira, o presidente do Conselho
Deliberativo do Galo, Fernando Paiva, esteve na Rádio Pajuçara FM e falou sobre o
assunto com a equipe do PFC. Em resumo, Paiva disse que o levantamento
apresentado pela Revista Veja não foi bem apurado, e que a dívida do CRB
não é essa. O presidente do conselho também apresentou todas as guias
dos pagamentos das dívidas e informou que elas serão divulgadas pelo CRB
na internet.
“Me causou muita estranheza esse tipo de informação e partindo de uma revista que atualmente vem sendo muito atacada pelas suas fontes. Na verdade o levantamento não é da Procuradoria da Fazenda Nacional, é uma lista montada pela Revista Veja. O CRB, como todos sabem, teve que vender seu patrimônio para quitar seus débitos. Os dois patrimônios que o clube tinha, o estádio e o beer, sofriam uma enormidade de penhoras. Então você não consegue transferir um bem sem liberar a penhora. Então se existisse esse débito de R$ 2,9 milhões, como nós teríamos transferido o bem ao supermercado (GBarbosa, que adquiriu o estádio), com escritura registrada em cartório?”, indagou Paiva.
Ele completa: “Hoje a Receita Federal possui vários sistemas de controle de parcelamentos. Nós já tivemos vários Refis (refinanciamento de dívidas). Quando você faz o pagamento e quita, judicialmente você libera mais rápido. Você prova e a procuradoria vai lá e concorda com a liberação do bem. Mas no sistema isso demora a ser processado. Estou aqui para apresentar a vocês um relatório tirado hoje. Se você olhar aqui aparece um débito de R$ 1,715 milhão, mas no mesmo relatório você obtém a informação de que o débito está liquidado. Então quem pega no primeiro plano diz que está devendo isso, mas é porque não foi baixado no sistema essas quitações. Eu tenho os comprovantes de pagamento destes débitos, tenho as guias pagas. O clube tem tudo isso, até porque nós vamos fazer a prestação de contas com as guias”.
Fernando Paiva disse ainda à equipe do Pajuçara Futebol Clube que o CRB nem precisa aderir a Medida Provisória assinada pela presidente Dilma. “Ao contrário de outros clubes do Brasil, como Corinthians, Flamengo, Vasco, Botafogo, Sport, enfim, da Série A praticamente todos, só vão participar se aderir a isso (Medida Provisória). A regra é séria: quem não pagar o tributo ou atrasar o salário pode perder ponto e ser rebaixado. O CRB não precisa nem aderir”, disse ainda.
Ouça a entrevista de Fernando Paiva ao PFC disponibilizada pelo portal TNH1:
Sobre o relatório
Presidente do Conselho Deliberativo do CRB fala do assunto
Fernando Paiva explica situação das dívidas do CRB (Foto: Reprodução Twitter) |
“Me causou muita estranheza esse tipo de informação e partindo de uma revista que atualmente vem sendo muito atacada pelas suas fontes. Na verdade o levantamento não é da Procuradoria da Fazenda Nacional, é uma lista montada pela Revista Veja. O CRB, como todos sabem, teve que vender seu patrimônio para quitar seus débitos. Os dois patrimônios que o clube tinha, o estádio e o beer, sofriam uma enormidade de penhoras. Então você não consegue transferir um bem sem liberar a penhora. Então se existisse esse débito de R$ 2,9 milhões, como nós teríamos transferido o bem ao supermercado (GBarbosa, que adquiriu o estádio), com escritura registrada em cartório?”, indagou Paiva.
Ele completa: “Hoje a Receita Federal possui vários sistemas de controle de parcelamentos. Nós já tivemos vários Refis (refinanciamento de dívidas). Quando você faz o pagamento e quita, judicialmente você libera mais rápido. Você prova e a procuradoria vai lá e concorda com a liberação do bem. Mas no sistema isso demora a ser processado. Estou aqui para apresentar a vocês um relatório tirado hoje. Se você olhar aqui aparece um débito de R$ 1,715 milhão, mas no mesmo relatório você obtém a informação de que o débito está liquidado. Então quem pega no primeiro plano diz que está devendo isso, mas é porque não foi baixado no sistema essas quitações. Eu tenho os comprovantes de pagamento destes débitos, tenho as guias pagas. O clube tem tudo isso, até porque nós vamos fazer a prestação de contas com as guias”.
Fernando Paiva disse ainda à equipe do Pajuçara Futebol Clube que o CRB nem precisa aderir a Medida Provisória assinada pela presidente Dilma. “Ao contrário de outros clubes do Brasil, como Corinthians, Flamengo, Vasco, Botafogo, Sport, enfim, da Série A praticamente todos, só vão participar se aderir a isso (Medida Provisória). A regra é séria: quem não pagar o tributo ou atrasar o salário pode perder ponto e ser rebaixado. O CRB não precisa nem aderir”, disse ainda.
Ouça a entrevista de Fernando Paiva ao PFC disponibilizada pelo portal TNH1:
Sobre o relatório
Os times que mais devem são Atlético Mineiro (mais de 284 milhões de
reais), Flamengo (235 milhões de reais) e Botafogo (mais de 215 milhões
de reais). Segundo a Procuradoria, as inscrições em Dívida Ativa da
União referem-se a qualquer débito com a União devido e não pago no
tempo e modo devidos.
Podem ter natureza tributária (Imposto de Renda, CSLL, etc);
tributária previdenciária (contribuições previdenciárias); ou
não-tributárias (multas, receitas patrimoniais, etc) - a Procuradoria
também inscreve e cobra débitos do FGTS.
Clique aqui para conferir as dívidas de todos os clubes presentes no relatório.
Alvirrubros de Coração com Veja e TNH1
Clique aqui para conferir as dívidas de todos os clubes presentes no relatório.
Medida Provisória prevê algumas regras aos clubes devedores (Imagem: Divulgação) |
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